quatro minutos depois das sete

hora de partida para outro lado qualquer...

terça-feira, maio 02, 2006

E que bons tempos esses…

Esta, a ser verdadeira, é uma autêntica pérola que ajuda eventualmente a compreender a riqueza genética do povo português.

Por outro lado, atente-se no sentido prático do monarca reinante, um homem que parece ter olhado para o bright side da coisa, num exemplo de clara contemporização e espírito aberto.

«Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo

Sentença proferida em 1487 no processo contra o prior de Trancoso
(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5.o, maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos.
Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres". »
[agora vem o melhor:]

«"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de Ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no RealArquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".»