Parabens Mamae

Ok... talvez seja porque estou com sono.
Ou porque é sábado e estou a trabalhar.
Ou porque hoje é o dia de aniversário de mamãe.

Mas estou aquilo a que o meu pai chama "melagreira".
Tradução: mais sensível assim pró susceptível, que se comove facilmente e com vontade de dar e receber mimo em exagero.

Bom, mas a verdade é que por mamãe fazer anos hoje, queria dedicar-lhe uma cantiguita.
Pensei pensei pensei...
E às tantas parei de pensar porque estou cheia de trabalho (a produção do Festival não pode parar!!!!!! eheh) e tive uma lembrança "a modos que" brilhante, passo a modéstia!

É que uma das coisas que mais realiza mamãe é o facto de ser... mamãe!
E que outra (melhor) homenagem poderia eu fazer do que recordar uma das canções que mamãe cantarolava para mim?!?
Ok... quem ler pode achar um bocadinho egocêntrico da minha parte elogiar mamãe com uma canção com o meu nome...
Mas "what the hell"!

Acho que quando chegar a casa vou pedir-lhe que cante outra vez para mim!


Música: José Mário Branco
Letra: Sérgio Godinho
In: José Mário Branco "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"

"Casa comigo Marta

Chamava-se ela Marta
Ele Doutor Dom Gaspar
Ela pobre e gaiata
Ele rico e tutelar
Gaspar tinha por Marta uma paixão sem par
Mas Marta estava farta mais que farta de o aturar
- Casa comigo Marta
Que estou morto por casar
- Casar contigo, não maganão
Não te metas comigo, deixa-me da mão

Casa comigo Marta
Tenho roupa a passajar
Tenho talheres de prata
Que estão todos por lavar
Tenho um faisão no forno e não sei cozinhar
Camisas, camisolas, lenços, fatos por passar
- Casa comigo Marta
Tenho roupa a passajar
- Casar contigo, não maganão
Não te metas comigo deixa-me da mão

Casa comigo Marta
Tenho acções e rendimentos
Tenho uma cama larga
Num dos meus apartamentos
Tenho ouro na Suíça e padrinhos aos centos
Empresto e hipoteco e transacciono investimentos
- Casa comigo Marta
Tenho acções e rendimentos
- Casar contigo, não maganão
Não te metas comigo deixa-me da mão

Casa comigo Marta
Tenho rédeas p'ra mandar
Tenho gente que trata
De me fazer respeitar
Tenho meios de sobra p'ra te nomear
Rainha dos pacóvios de aquém e além mar
- Casas comigo Marta
Que eu obrigo-te a casar
- Casar contigo, não maganão
Só me levas contigo dentro de um caixão"


(p.s. Depois admiram-se por eu não querer casar.... Com este tipo de mensagem subliminar durante a infância, momentos fundamentais da socialização e da construção da personalidade dos indivíduos!... Parece impossível!!! eheheheh)