No reino do faz de conta
Esta última tournée do PR Sampaio, supostamente dedicada à segurança rodoviária, pareceu-me o corolário de um conjunto de episódios mais ou menos lamentáveis que parecem colorir os seus últimos tempos no cargo. Não e não estou a falar da dissolução – tardia – da Assembleia, são os pequenos pormenores o que realmente me chateia.
Aqui há tempos lá apareceu ele nas televisões aquando da visita à “Loja dos Quase Cidadãos” também conhecida por Centro de Apoio ao Imigrante e pelo meio, enquanto era acompanhado pela filha – sim, a miúda trabalha lá e verdade seja dita come pataniscas de bacalhau e arrozinho de grelos nos mesmos sítios que o pessoal dos escritórios aqui da zona, tudo isto sem guarda- costas à vista – que lhe servia de cicerone, sai-se no final com um lamentável “Então muito obrigado e prazer em vê-la.” Mas o que é que o homem quer provar? Que separa inteiramente o protocolo das questões pessoais? Que a filha arranjou o emprego sem a sua intervenção? A coisa não me convenceu e também não me soou bem…
Agora é vê-lo arauto defensor da condução cívica, passeando-se de autocarro, camião TIR, pousando ao lado daqueles que a estrada estropiou, vertendo opiniões de carácter moralista, pejadas de juízos de valor, mas sem proferir uma palavra a respeito da imoralidade subjacente ao tão propalado quanto falso, “Novo Código da Estrada”, ao abuso das portagens em auto-estradas que o são apenas de nome, ao apelo consumista de um sector automóvel que insiste, sem restrições de qualquer espécie é preciso dizê-lo, em promover e disponibilizar máquinas cujos performances são um autêntico convite à transgressão ou ao estado geral de frustração de grande parte dos portugueses e tantas outras coisas.
Bom, mas então fazendo fé nas suas mais recentes declarações, será de supor que o PR nas suas deslocações oficiais em automóvel pelo país fora seja um irredutível cumpridor da lei e que o topo de gama em que habitualmente se desloca não passe dos 120 nas auto-estradas. Hum, a coisa também não me convence…
Mais repressão parece ser no essencial o mote do PR, mais agentes, de preferência disfarçados – eu proponho que se disfarcem de gajos do tunning, um boné a condizer com o carro artilhado é tudo o que precisam – é em resumo a proposta. Assim se vão resolver dois problemas: o da sinistralidade, supostamente e o do buraco orçamental, porque as multas já não são bem coimas, são assaltos à mão armada (ou serão "acções de recuperação de fundos" como dizia o outro?) – aliás é por isso que os gajos da Divisão de Trânsito da PSP e da Brigada de Trânsito da GNR andam de pistola – envolvendo valores de tal forma elevados e tantas vezes desproporcionados face ao que os motiva e ao orçamento do comum dos portugueses, que, bom… vai ser muito dinheiro em caixa. E depois claro, mais viaturas bem equipadas com o que de melhor há em tecnologia aplicada à perseguição de condutores incautos e materializa-se um dos vectores – senão o único – do chamado “Choque Tecnológico”.
No fundo, ilusões – não é só em Portugal que se morre nas estradas, é em todo o lado onde há veículos – e falsos moralismos – o poder político tá-se nas tintas para quem morre ou fica aleijado, sempre assim foi ou não existiriam guerras - à parte, a coberto de tanta preocupação os eficazes agentes vão no essencial e sobretudo continuar, tal como já fazem, a multar/assaltar senhoras que vão buscar os filhos aos infantários e não têm onde parar o carro, condutores enganados pela confusão do caos urbano e outras situações de mera tecnicalidade sem prejuízo para terceiros e pouco mais. Puro negócio.
Aqui há tempos lá apareceu ele nas televisões aquando da visita à “Loja dos Quase Cidadãos” também conhecida por Centro de Apoio ao Imigrante e pelo meio, enquanto era acompanhado pela filha – sim, a miúda trabalha lá e verdade seja dita come pataniscas de bacalhau e arrozinho de grelos nos mesmos sítios que o pessoal dos escritórios aqui da zona, tudo isto sem guarda- costas à vista – que lhe servia de cicerone, sai-se no final com um lamentável “Então muito obrigado e prazer em vê-la.” Mas o que é que o homem quer provar? Que separa inteiramente o protocolo das questões pessoais? Que a filha arranjou o emprego sem a sua intervenção? A coisa não me convenceu e também não me soou bem…
Agora é vê-lo arauto defensor da condução cívica, passeando-se de autocarro, camião TIR, pousando ao lado daqueles que a estrada estropiou, vertendo opiniões de carácter moralista, pejadas de juízos de valor, mas sem proferir uma palavra a respeito da imoralidade subjacente ao tão propalado quanto falso, “Novo Código da Estrada”, ao abuso das portagens em auto-estradas que o são apenas de nome, ao apelo consumista de um sector automóvel que insiste, sem restrições de qualquer espécie é preciso dizê-lo, em promover e disponibilizar máquinas cujos performances são um autêntico convite à transgressão ou ao estado geral de frustração de grande parte dos portugueses e tantas outras coisas.
Bom, mas então fazendo fé nas suas mais recentes declarações, será de supor que o PR nas suas deslocações oficiais em automóvel pelo país fora seja um irredutível cumpridor da lei e que o topo de gama em que habitualmente se desloca não passe dos 120 nas auto-estradas. Hum, a coisa também não me convence…
Mais repressão parece ser no essencial o mote do PR, mais agentes, de preferência disfarçados – eu proponho que se disfarcem de gajos do tunning, um boné a condizer com o carro artilhado é tudo o que precisam – é em resumo a proposta. Assim se vão resolver dois problemas: o da sinistralidade, supostamente e o do buraco orçamental, porque as multas já não são bem coimas, são assaltos à mão armada (ou serão "acções de recuperação de fundos" como dizia o outro?) – aliás é por isso que os gajos da Divisão de Trânsito da PSP e da Brigada de Trânsito da GNR andam de pistola – envolvendo valores de tal forma elevados e tantas vezes desproporcionados face ao que os motiva e ao orçamento do comum dos portugueses, que, bom… vai ser muito dinheiro em caixa. E depois claro, mais viaturas bem equipadas com o que de melhor há em tecnologia aplicada à perseguição de condutores incautos e materializa-se um dos vectores – senão o único – do chamado “Choque Tecnológico”.
No fundo, ilusões – não é só em Portugal que se morre nas estradas, é em todo o lado onde há veículos – e falsos moralismos – o poder político tá-se nas tintas para quem morre ou fica aleijado, sempre assim foi ou não existiriam guerras - à parte, a coberto de tanta preocupação os eficazes agentes vão no essencial e sobretudo continuar, tal como já fazem, a multar/assaltar senhoras que vão buscar os filhos aos infantários e não têm onde parar o carro, condutores enganados pela confusão do caos urbano e outras situações de mera tecnicalidade sem prejuízo para terceiros e pouco mais. Puro negócio.
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