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quinta-feira, março 09, 2006

Who can blame them?

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"PCP, BE e PEV não aplaudiram discurso de Cavaco Silva

PCP, BE e PEV ficaram hoje em silêncio durante a cerimónia de posse do novo Presidente da República, sem nunca aplaudir o primeiro discurso de Cavaco Silva nem o do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.

No final da sessão solene, quando Cavaco Silva terminou a sua intervenção, os membros do Governo socialista não se manifestaram, como é hábito, enquanto a maioria dos presentes no hemiciclo se levantou e aclamou o ex-líder do PSD.

As bancadas do PCP, Bloco de Esquerda (BE) e Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), com excepção de alguns deputados, como Odete Santos, Ana Drago, Mariana Aiveca ou Fernando Rosas, também se levantaram, mas não aplaudiram o novo chefe de Estado.

Já antes, depois de Cavaco Silva ler a declaração de compromisso prevista na Constituição, todas as bancadas bateram palmas, menos as do PCP, BE e PEV, e os mesmos deputados foram os únicos a permanecer sentados.

Quando Jaime Gama elogiou o presidente cessante, Jorge Sampaio, Fernando Rosas voltou a ficar sentado, bem como a bancada do CDS-PP, e quando o presidente da Assembleia da República concluiu a sua intervenção as bancadas do PCP, BE e PEV foram as únicas a não se levantar.

A cerimónia no plenário do Parlamento decorreu de forma sóbria, sem grandes expressões de entusiasmo, mas a maioria parlamentar do PS juntou-se ao PSD e CDS-PP, que apoiaram a candidatura de Cavaco Silva, para aplaudi-lo.

Contudo, no final da sessão, o ex-Presidente da República Mário Soares, que assistia à cerimónia na tribuna de honra, também não bateu palmas ao seu adversário nas eleições presidenciais de 22 de Janeiro e deixou S. Bento sem o cumprimentar.

O ar sério de Mário Soares contrastou com a boa disposição de outro dos seus adversário na última corrida presidencial, o dirigente socialista Manuel Alegre, que se manteve sorridente com lugar na primeira fila da bancada do PS.

A sobriedade foi também a nota dominante fora da Sala das Sessões, nos Passos Perdidos e nos corredores da Assembleia da República, onde circulavam dezenas de jornalistas, incluindo a imprensa estrangeira, funcionários e muitos convidados.

Logo após a cerimónia da posse, foram muitos os deputados e convidados que pararam para um café e pastéis de nata que os serviços da Assembleia colocaram à disposição para um «coffee-break».

Centenas de personalidades, entre deputados, membros do Governo e outras figuras do Estado e individualidades internacionais, formaram fila à entrada do Salão Nobre para a tradicional sessão de cumprimentos ao novo chefe do Estado, que durou cerca de uma hora.

Além de Mário Soares, só os deputados do Bloco de Esquerda faltaram à sessão de cumprimentos. Da bancada comunista compareceram apenas o líder parlamentar, Bernardino Soares, e o secretário-geral, Jerónimo de Sousa.

O acesso à Sala das Sessões foi permanentemente vigiado pela segurança, que controlava a entrada de jornalistas. O forte dispositivo de segurança foi visível desde o início da cerimónia no Palácio de São Bento, às 09:00, quando um «batalhão» de fotógrafos e operadores de câmara aguardavam a chegada dos convidados.

Depois de Xanana Gusmão, presidente de Timor-Leste, de George Bush, pai do presidente norte-americano George W. Bush, a atenção dos fotógrafos centrou-se nos herdeiros da coroa espanhola, os príncipes das Astúrias, Felipe e Letízia, que chegaram sorridentes.

A primeira dama, Maria Cavaco Silva, de saia casaco azul claro também chegou bem disposta, enquanto o Presidente da República se apresentou com um ar mais circunspecto, que ostentou durante quase toda a cerimónia.

Só no final, já na despedida, sorriu para as câmaras e despediu-se dos jornalistas que lhe pediam uma declaração com um «boa tarde».

Cavaco Silva saiu do Palácio de São Bento cerca das 12:30, depois de receber pela primeira vez honras militares na qualidade de Presidente da República, cumprindo os horários previstos pelo protocolo do Estado."

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