Coerência, procura-se, talvez depois
O que é ser-se coerente?
Ter presentes um conjunto de princípios, normas ou valores e seguir caminho pela vida respeitando-os, sem desvios, sem grandes inflexões, sem concessões, acho que será isso.
Depois ainda há coerências prét-a-porter, embaladas com papel de embrulho ismo, ia, etc... num mercado quase sem fim.
Depois há ainda as vozes dissonantes dos que à volta vão deixando escapar etiquetas do género quadrado, extremista, leitor de cassetes...
Depois aprende-se que essa coerência, a nossa, é uma daquelas mochilas grandes e pesadas que têm tudo e nos dão imenso jeito porque nos permitem sobreviver no campo ou na serra quando nos perdemos mas que nos arrastam para o fundo quando o assunto é um naufrágio.
Depois surgem os imprevistos, os imponderáveis, para os quais não parece haver qualquer resposta e onde essa grelha de análise do mundo e das coisas que nele figuram não se encaixa nem analisa coisa alguma.
Depois há as pulsões, os desejos, as vicissitudes e condicionalismos existenciais e essa coisa fabulosa chamada carácter idiossincrático do ser humano e essas coisas todas conhecem poucas ou nenhumas fronteiras.
No fim resta apenas aquilo de que se gosta, o que não se gosta, o que se aprende a gostar, o que progressivamente se deixa de gostar, o que se suporta, o que se procura, o que por fim se vai encontrando...
Pelo meio do labirinto dou por mim a pensar que, coerências perdidas à parte, prefiro mil vezes não perder a consciência de que sou e serei sempre, por natureza, incoerente.
Ter presentes um conjunto de princípios, normas ou valores e seguir caminho pela vida respeitando-os, sem desvios, sem grandes inflexões, sem concessões, acho que será isso.
Depois ainda há coerências prét-a-porter, embaladas com papel de embrulho ismo, ia, etc... num mercado quase sem fim.
Depois há ainda as vozes dissonantes dos que à volta vão deixando escapar etiquetas do género quadrado, extremista, leitor de cassetes...
Depois aprende-se que essa coerência, a nossa, é uma daquelas mochilas grandes e pesadas que têm tudo e nos dão imenso jeito porque nos permitem sobreviver no campo ou na serra quando nos perdemos mas que nos arrastam para o fundo quando o assunto é um naufrágio.
Depois surgem os imprevistos, os imponderáveis, para os quais não parece haver qualquer resposta e onde essa grelha de análise do mundo e das coisas que nele figuram não se encaixa nem analisa coisa alguma.
Depois há as pulsões, os desejos, as vicissitudes e condicionalismos existenciais e essa coisa fabulosa chamada carácter idiossincrático do ser humano e essas coisas todas conhecem poucas ou nenhumas fronteiras.
No fim resta apenas aquilo de que se gosta, o que não se gosta, o que se aprende a gostar, o que progressivamente se deixa de gostar, o que se suporta, o que se procura, o que por fim se vai encontrando...
Pelo meio do labirinto dou por mim a pensar que, coerências perdidas à parte, prefiro mil vezes não perder a consciência de que sou e serei sempre, por natureza, incoerente.
1 Comments:
At 30/11/04 18:26, Anónimo said…
Serás?
Coerência é, na minha perspectiva, concordância entre o pensamento e o agir. Assim, se agires de acordo com aquilo que pensas, ainda que essa acção seja contraditória com outras anteriores, estarás a ser coerente. O que não quer dizer que essa coerência seja saudável. Pode até ser um sintoma de uma vida vivida com base em dúvidas...
Visto por este prisma, pensa lá de novo o que és tu...
Abraço
Rui Vasco
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