quatro minutos depois das sete

hora de partida para outro lado qualquer...

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Hoje no Speakeasy



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TRIBUTO A STEVIE WONDER

Patrícia Silveira | voz
Patrícia Antunes | voz
Paulo Ramos | voz
Ricardo Quintas | voz
Ivo Costa | bateria
Nelson Canoa | teclas
Marco Reis | guitarra
Dikk | baixo

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Mais um testezito para a risota!



At Your Highest:

You are warm, sensitive, and focused on your personal growth.

At Your Lowest:

You become defensive and critical if you feel attacked.

In Love:

You are loyal - but you demand the respect you deserve.

How You're Attractive:

You are very affectionate and inspire trust.

Your Eternal Question:

"Am I Respected?"

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

OS NICKS DE GONGUITO XIII

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"Passo a vida a fazer de palhaço e agora querem brincar ao Carnaval???"
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quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Más un recuerdo de Barcelona...

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... em forma de letra de música!
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"Muro" de Miguel Bosé

"Mojas el pan en el plato vacío
y apagas la televisión
Abres la ventana y te vas afuera,
la ciudad te espera en algún lugar.
Sales a la calle y te vas al muro
donde acaban todos
donde empieza el mar.

Cuentas los pasos
regresando a casa
y prendes la televisión.
Te quedas dormido
cuando empieza el himno
te vas a la cama,
te vas a soñar.

Luna, algo está sucediendo
estoy sintiendo que esta vez
me están dejando solo,
al menos solo como la noche.
Luna.

Mojas tu cara como cualquier día
y te vas sin afeitar.
Te compras la prensa y notas que al mundo
le ha cambiado el rostro
para bien o mal.

Y sigues caminando
y te vas al muro
donde acaban todos
donde empieza el mar

Luna, algo está sucediendo
estoy sintiendo que esta vez
me están dejando solo,
al menos solo como la noche.

Mojas el pan en el plato vacío
y apagas la televisión.
Sales a la calle y te vas al muro
donde siempre hay alguien
donde empieza el mar."

Zeca Afonso morreu há 19 anos

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quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Inspirada (ou não) pelo trânsito na A5...

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... "Life is a highway" by Tom Cochrane


"Life's like a road that you travel on
When there's one day here and the next day gone
Sometimes you bend sometimes you stand
Sometimes you turn your back to the wind
There's a world outside every darkened Door
Where blues won't haunt you anymore
Where the brave are free and lovers soar
Come ride with me to the distant shore
We won't hesitate break down the garden gate
There's not much time left today

Chorus:

Life is a highway
I wanna' ride it all night long
If you're going my way
I wanna' drive it all night long

Through all the cities and all these towns
It's in my blood and it's all around
I loved you now like I loved you then
This is the road and these are the hands
From mozambique to those memphis nights
The khyber pass to vancouver's lights
Knock me down get back up again
You're in my blood I'm not a lonely man

There's no load I can't hold
Road so rough this I know
I'll be there when the light comes in
Just tell 'em we're survivors

Chorus x2

There was a distance between you and I
A misunderstanding once but now
We look it in the eye

There' ain't load I can't hold
Road so rough this I know
I'll be there when the light comes in
Just tell 'em we're survivors

Chorus x 3"


terça-feira, fevereiro 21, 2006

Pensamento Verde




"Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come."

Greenpeace

Um outro ponto de vista

Ainda a propósito das caricaturas.


"As Nossas Caricaturas"

(Publicado na Visão em 16 de Fevereiro de 2006)

"Verdadeiramente só são caricaturas as que fazemos de nós próprios, ou seja, no seio de uma dada sociedade que se imagina como de pertença comum. É de sua natureza, não serem tomadas literalmente e, portanto, não ofenderem ou não ofenderem ao ponto de quebrar o que temos em comum. As caricaturas que fazemos dos "outros", como não partem da pertença comum, correm sempre o risco de ser tomadas literalmente e ofenderem quem é caricaturado. Quanto maior for a distância entre "nós" e "eles" criada pelos traços da caricatura – por exemplo, os traços de um deus que eles veneram piamente e nós consideramos um fanático terrorista – maior é o risco que tal aconteça. E, quando tal acontece, não se pode esperar que a ofensa seja expressa segundo as nossas regras. Para que tal acontecesse, era preciso que estivéssemos "entre nós", uma condição que as caricaturas começaram por eliminar. Corre-se, aliás, um outro risco: o de a reacção nos caricaturar a nós próprios e nos ofender literalmente (até porque atingidos em pessoas e bens).A contestação gerada pelas caricaturas dinamarquesas veio repor no centro do debate a questão de saber quem somos "nós" e quem são "os outros". Quando há cem anos proliferavam as caricaturas anti-semitas, a reacção dos progressistas, de que hoje nos honramos, era de que os traços das caricaturas sublinhavam que os judeus eram "outros", quando afinal eles eram parte de "nós". Tragicamente, não foi esta a posição que prevaleceu. Tal como então, o "nós" das caricaturas dinamarquesas é uma visão muito selectiva da sociedade europeia ocidental, contraposta a uma visão igualmente selectiva da sociedade islâmica. Ou seja, jogam na distância entre elas e sublinham-na. Ora, a verdade é que a Europa é hoje multicultural e que em muitos países que a compõem há minorias islâmicas significativas, o mundo islâmico interior. Estas minorias são parte de "nós" com todas as diferenças que reivindicam. Reivindicam simultaneamente o direito à igualdade e o direito ao reconhecimento da diferença. E que são parte de "nós" prova-o as reacções das comunidades islâmicas na Europa: foram qualitativamente diferentes das que tiveram lugar no mundo islâmico exterior.Em relação a este último, as caricaturas representam uma dupla afronta: estigmatizam as suas diferenças em relação à Europa e silenciam o mundo islâmico interior, de que se sentem irmãos. Ao contrário deste último, o mundo islâmico exterior não se vê forçado a reagir segundo os códigos de reacção da Europa, até porque a Europa das caricaturas o caracteriza como incapaz de o fazer. Se o fizesse, estaria a auto-caricaturar-se segundo a norma europeia. As diferenças das reacções são uma primeira lição a tirar deste incidente. O mundo islâmico interior conhece e vive uma Europa contraditória: a Europa imperial e discriminatória, mas também a Europa da liberdade e da democracia, sobretudo do Estado Providência, da educação, saúde e segurança social públicas. Ao contrário, o mundo islâmico exterior só conhece da Europa e dos seus aliados a guerra da agressão, a pilhagem dos recursos naturais, a demonização da sua cultura, a inacção ante o terrorismo de Estado de Israel, a humilhação diária nos aeroportos e universidades europeias. A segunda lição é que os universalismos da Europa das caricaturas (incluindo o da liberdade de expressão) sempre foram falsos e só foram accionados quando conveio. Ao mesmo tempo, os mesmos países que garantiam os direitos aos trabalhadores europeus, sujeitavam os trabalhadores coloniais ao trabalho forçado. Os opressores esquecem facilmente a sua dualidade; os oprimidos não, porque ela está inscrita no sofrimento do corpo e da alma."

Boaventura de Sousa Santos

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

De quem é a culpa?

De António Variações, pelos Humanos, uma das minhas favoritas.


A culpa é da vontade

A culpa não, não é do sol, se o meu corpo se queimar
A culpa não, não é do sol, se o meu corpo se queimar

A culpa é da vontade, que eu tenho de te abraçar

A culpa não, não é da praia, se o meu corpo se ferir
A culpa não, não é da praia, se o meu corpo se ferir

A culpa é da vontade, que tenho de te sentir
A culpa é da vontade, que vive dentro de mim, e só morre com a idade, com a idade do meu fim.. A culpa é da vontade..

A culpa não, não é do mar, se o meu olhar se perder
A culpa não, não é do mar, se o meu olhar se perder

A culpa é da vontade, que tenho de te ver,

A culpa não, não é do vento, se a minha voz se calar
A culpa não, não é do vento, se a minha voz se calar

A culpa é do lamento que sufoca o meu cantar

A culpa é da vontade, que vive dentro de mim, e só morre com a idade, com a idade do meu fim..
A culpa é da vontade, que vive dentro de mim, e só morre com a idade, com a idade do meu fim..

A culpa é da vontade
A culpa é da vontade
A culpa é da vontade
A culpa é da vontade


sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Ya te extraño, Barcelona!

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Produtividade, Povos e Estereótipos


O RUSSO
Levanta-se às 5 da manhã
come um bife de veado
pôe uma garrafa de vodka debaixo do braço
e vai trabalhar até às 6 da tarde.

O ALEMÃO
Levanta-se às 6 da manhã
come um bife e duas salsichas
põe uma garrafa de cerveja debaixo do braço
e vai trabalhar até às 8 da tarde.

O FRANCÊS
Levanta-se às 7 da manhã
come um bife com dois ovos a cavalo
põe uma garrafa de "rouge" debaixo do braço
e vai trabalhar até às 6 da tarde.

O PORTUGUÊS
Levanta-se às 10 da manhã
toma um galão e um queque
põe uma garrafa de urina debaixo do braço
e vai à Segurança Social pedir baixa ...

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

A incontornável menina da bilha



Provavelmente um dos fenómenos publicitários mais relevantes dos últimos tempos, com uma capacidade irrepreensível para cativar miúdos e graúdos, este spot coloca na ordem do dia uma questão que tem atormentado filósofos e pensadores porventura desde a origem dos tempos: poderá um valente par de pernas ofuscar uma bem desenhada, leve e inovadora bilha?

Até prova em contrário, diria que sim.

Isto é que são boas notícias!!!

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"RTP recupera formato original do Festival da Canção"

Ui!... E mal posso esperar para ver! E para ouvir, então!...

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

OS NICKS DE GONGUITO XII

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E eis que aqui se retoma a minha rubrica favorita deste blog!
Ooooops....! É a única! eheh!
Para alguns sem sentido, para outros com menos sentido ainda!
Mas toda a gente sabe que "quem dá o que tem, a mais não é obrigado".
E enfim, "é pouco, mas é de boa vontade".
Assim sendo...


Senhoras e Senhores,
Ladies and Gentlemen,
Madames et Monsieurs,
Señoras y Señores,
Guapas y Giraços,

O nick de Gonguito de hoje é..........:

"!oirótidartnoC otirípsE"

Et voilà!
Até à próxima edição!

Más un recuerdo...

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Mais uma comprazita em Barcelona...

"Pequeños, Medianos y Grandes Exitos" de Luz Casal
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No me importa nada

"Tú juegas a quererme
yo juego a que te creas que te quiero
Buscando una coartada
me das una pasión que yo no espero

Y no me importa nada
tú juegas a engañarme
yo juego a que te creas que te creo
escucho tus bobadas
acerca del amor y del deseo

Y no me importa nada, nada
que rías o que sueñes
que digas o que hagas
Y no me importa nada
por mucho que me empeñe
estoy jugando y no me importa nada

Tú juegas a tenerme
yo juego a que te creas que me tienes
Serena y confiada
invento las palabras que te hieren

Y no me importa nada,
tú juegas a olvidarme
yo juego a que te creas que me importa
Conozco la jugada
sé manejarme en las distancias cortas

Y no me importa nada, nada
que rías o que sueñes
que digas o que hagas
Y no me importa nada,
por mucho que me empeñe
que digas o que hagas,
y no me importa.. nada

Y no me importa nada
que rías o que sueñes
que digas o que hagas

Y no me importa nada
que tomes o que dejes
que vengas o que vayas

Y no me importa nada
que subas o que bajes
que entres o que salgas

Y no me importa nada..."


A bem do Fairplay

E porque estas também são giras e o pessoal tem que ter sentido de humor, aqui ficam.




terça-feira, fevereiro 14, 2006

Não é Rãs, é Couto de Dornelas III

Aqui fica a minha referência ao super amigo Xavier Barreto. Para ti e para a tua Aldeia de Astérix um bem haja!
"E a Gália aqui tão perto"
"Uma «terra de ninguém» desafia os céus, o padre, a diocese e a política para honrar São Sebastião e banquetear-se com a vida. E tudo começa, noite dentro, à volta do... «potedo»"

Miguel Carvalho (texto) e Lucília Monteiro (fotos) / VISÃO nº 673 26 Jan. 2006

"Dornelas não é Minho nem é Barroso. «É terra de ninguém», dizem os de cá. Com leis próprias. Chega-se a estas paragens por Cabeceiras de Basto, sempre subindo, sempre às curvas. Em tempos idos, toda a cáfila de criminosos, foragidos e assaltantes vinha cá parar à sombra do privilégio régio de um nobre cavaleiro. Aires, de seu nome, raptou uma dama da corte de Afonso Henriques e fez de Dornelas couto e pousio, povoando-a e erguendo capela. Todos os que a ela se acoutassem não podiam ser presos nem punidos pela justiça do rei. E foram ficando. Hoje, a terra com pouco mais de 500 almas gosta de levar a história a peito. Politicamente, Dornelas resiste ainda e sempre ao invasor. É a única freguesia do concelho de Boticas que não é coutada do PSD, mas sim de uma lista de independentes presidida vai para três mandatos por um jovem de 29 anos, tocador de bombardino na banda filarmónica local e boa disposição em figura de gente. «Isto aqui é a Gália e sou eu que tenho o segredo da poção mágica», garante, galhofeiro, dando as boas-vindas e lamentando não ter Astérix ou Obélix ali à mão para ilustrar o que diz.Da Câmara não vem um cêntimo para a banda, a escola de música ou outras urgências a bem da terra. Mas Xavier Barreto já ganhou as eleições por quatro, treze e quinze votos. Quem tem António Loiro, o homem das sondagens, não precisava temer. «Se eu sonhar com pastagens na noite anterior às eleições, é certinho e sabido que ganhamos.» Foi o caso.Mas as últimas eleições deram a Xavier um gozo pegado: o PSD foi a França buscar perto de 70 emigrantes para pôr fim à rebeldia de Dornelas, mas as contas do merceeiro, fosse qual fosse, saíram furadas. Sabendo do preparo da desfeita, vieram outros no encalço, lá da terra dos franciús, repor a tradição nos boletins de voto. Comunitária do forno aos afectos, Dornelas vai assar um vitelo lá mais para o Verão para assinalar o feito. Tudo por conta da brigada voluntária que se meteu no avião lá na estranja e manteve inviolável a terra que, no dizer do presidente da junta, «acredita no Cristo e nos santos, mas não tem fé nenhuma em Deus e nos padres».Entre o céu e a terraOra, nos últimos dois anos, Dornelas desafiou também quem manda nas alturas. E os seus representantes na terra. O padre e os paroquianos desentenderam-se por causa de São Sebastião, mas a isso já lá vamos, que a história é mesmo de bradar aos céus e chegou à barra do tribunal. Enquanto a procissão vai no adro, explique-se que a festa rija em honra do santo que a lenda diz ter protegido o povo da fome, peste e guerra trazidas pelas invasões francesas se celebrava, sem mácula, a 20 de Janeiro. Celebrava-se e celebra-se, pois este ano não ia ser excepção, nem que o sagrado tossisse. A ela acorre gente das redondezas e de muitas lonjuras. São aos milhares os excursionistas de talheres e garrafão à cata da oferenda de carne, arroz e pão. Tudo disposto ao longo de uma mesa estreita com toalha de linho que, este ano, teve 500 metros de comprimento, começando no centro da terra e acabando encosta acima. Ornamentaram o banquete 400 quilos de carne de porco, cem quilos de arroz e 1 012 pães de milho, centeio e trigo – de dois a três quilos cada um – custeados pelos indígenas e propiciando tal sinfonia de maxilares e lamber de beiços que até o Diabo se riu. Melhor fora que não o fizesse, pois, como diz avisada voz anciã, «estas gentes comem o Inferno e quantos diabos lá há».Tudo estaria nos eixos, não fosse o amuo com o divino, na sua forma terrena de batina, carne e osso. Diz--se que o padre teima em tomar conta da «Casa do Santo», da festa e das oferendas a São Sebastião, argumentando que a Igreja é dona e senhora da casa e Deus, nas alturas, da celebração religiosa. A população tem outra partitura para o diferendo: diz-se proprietária da dita «Casa do Santo», construída a expensas de alguma da gente mais pobre da terra e lamenta-se de, em anos anteriores, ter de pagar 45 contos ao pároco «por duas horas de missa, procissão e bênção dos alimentos». Se o padre não serve para unir as gentes desavindas, «que se foda lá ele e mais a religião dele», desabafa-se, a quente.O presidente da junta, porém, tentou levar a coisa por bom caminho. Escreveu carta à diocese de Vila Real pedindo outro pároco para honrar as festividades que aí vinham. «A vontade unânime do povo» da freguesia foi entendida na hierarquia local da Igreja como desfaçatez. Que não se metesse ele nos assuntos religiosos, foi a recomendação assinada pelo vigário-geral. «Não o deve fazer pelos mal entendidos que arrasta consigo, usurpando uma competência do Pároco e da Fabriqueira Paroquial canonicamente erecta.» Qualquer correspondência futura, será, pois, entendida como arrogância. «Este padre só nas parafundas dos infernos com um camião de torgos a arder. Ele até dá vontade de pecar», lamenta-se Maria Celeste Pedreira, mais devota da terra do que de outras divindades.A festa, sagradinhaNada a fazer. Este ano, o padre voltou a fechar o santo na Igreja a sete chaves, mas a réplica comprada por mais de 600 euros com o contributo do povo compareceu à chamada. No resto, o cerimonial manteve-se. À meia-noite, na dita «Casa do Santo», São Sebastião, cravejado de setas, assistiu aos preparativos, já o pão – do qual se diz ter propriedades curativas não se sabe bem de quê – repousava em filinhas distribuídas por seis estantes.No meio dos potes reunidos – o «potedo»... –, junta-se lenha e a carqueja que dará, noite fora, labareda de fazer bufar aqueles recipientes e quase derreter as lâmpadas. A cozedura da carne ganha lume sério a partir das cinco da manhã. João Barreto, um dos mordomos, coordena as operações enfrentando o fumo e umas horas depois hão-de chegar mais homens e mulheres como Soledade Santos que, aos 63 anos, se junta a outras da sua idade e mais novas, para peneirar madrugada dentro e até o sol desmaiar, haja bocas para comer.A carne coze nos potes. Pela manhã, os primeiros nacos de pão e carne são o pequeno-almoço de quem trabalha. A sopa de arroz, feijão, massa e cebola borbulha na água da cozedura da carne e é servida antes que tudo comece. O arroz vai aos potes na mesma água que cozeu a carne.Ao meio-dia, já o povo atulhou a «Casa do Santo», assistindo aos últimos preparativos. De Igreja trancada, santo detido e padre às avessas, a réplica de São Sebastião dá as boas-vindas aos visitantes e agradece as oferendas. Da capela situada à entrada da terra sai então a procissão. A cena é fellinesca. Não há padre nem beatice pegada. Zé, «o mudo», paramentado, leva o santo. Uns galegos trotamundos, vindos de Lugo para fazer roteiros turísticos, tiram fotografias. «Bendito Sebastião, sende o nosso protector», cantam as mulheres, enquanto rosnam outras: «Enganam toda a gente.» A procissão desce, lenta, até ao centro da freguesia e à sua passada os homens param de lascar o presunto, enquanto tiram o chapéu, em sinal de respeito. Na «Casa do Santo», Leonel, um dos mordomos, faz as vezes do padre. Benze o pão, a carne e o arroz. «E que ele nos sirva de remédio para o corpo e para a alma», diz, enquanto o presidente da junta monta uma banca à porta da «Casa do Santo», com computador portátil e colunas de som a debitar a música da banda da terra. Vai começar a vender o conjunto de garfo, faca, colher e canivete com carimbo de Couto de Dornelas, seis euros cada.Segue-se o repasto, ao ar livre, por entre cantares e pândega. Pede-se esmola para o mártir, «vamos lá rapaziada, puxem por essas carteiras?». Tabuleiros de arroz vêm e vão a uma velocidade estonteante, de olhos arregalados e mãos besuntadas erguem-se malgas de vinho. Ao povo, junta-se Alberto, moçambicano, ali radicado há 34 anos, «um dos melhores tocadores de tuba de Trás-os-Montes e arredores». O Xáxá de Boticas, João Ferreira, outrora «um dos melhores lançadores de malha da região», figura popular e atrevidota, quase cego, vai dizendo: «Isto não é uma festa, é uma recordation.» Na terra à qual, em tempos, chamaram «freguesia vermelha», bebe-se, come-se, canta-se e ri-se. Religiosamente. Se o profano é isto, ora digam lá que não é remédio santo!"


segunda-feira, fevereiro 13, 2006

De volta...

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de Barcelona!
Ainda estou em fase de rescaldo das emoções, lugares e pessoas que conheci, na companhia da minha querida amiga Inês.
Uma viagem a uma cidade magnífica que vai obrigar-me a regressar.

Por agora... vou relembrando estes dias ao som das baladitas do Sergio, o catalão que não tinha perdido de vista e cujo cd decidi finalmente comprar! Uma pechincha na tienda da Gong Discos na Consell de Cent!

Hasta luego!


Naughty boys!

Mais uma a bater-me na consciência da próxima vez que meter gasolina no carro.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

E como tudo que é coisa que promete

A gente vê-a como uma chiclete
Que se prova, mastiga e deita fora
Sem demora.
Como esta música é produto acabado
da sociedade de consumo imediato
Como tudo o que se comete nesta vida
Chiclete.
Chiclete
Chiclete.
E nesta altura e com muita inquietação
Faço um reparo, quero abrir uma excepção
Um cassetete nunca será, não
Chiclete.
Chiclete
Chiclete
Chiclete (prova)
Chiclete (mastiga)
Chiclete (deita fora)
Chiclete (sem demora)


Chiclete dos Táxi

Impossível não cantarolar esta e outras no rescaldo do concerto dos 25 anos do Febre de Sábado de Manhã!

Barcelona...

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... a menos de 48 horas!!!

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

A virtude das virtudes

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Já alguém dizia é sabermos rir de nós próprios. Demonstra regra geral maturidade, segurança, inteligência. Chateia ver reacções como as que certos sectores do chamado "Mundo Árabe" estão a ter face às caricaturas surgidas em jornais europeus relativas a Maomé, mas chateia mais ainda ver a subserviência complexada daqueles que se apressam a pedir desculpa e a punir os "culpados" por tão vil "falta de respeito". Uns e outros não são para levar a sério.

Luz Falsa

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"Não vais pedir perdão
Por não seres quem eu vi
À luz falsa da paixão
É apenas minha a falta
Só por não condizeres
Com a visão tão alta
Que eu quis ter de ti

Não há muito a fazer
Tu não mudaste nada
Eu é que estou pior
Sou alma condenada
A amar a ideia do amor
Essa lente desfocada
Que engana o amador

Apaguem essa luz, apaguem essa luz, falsa

Ela à primeira vista
Não há quem lhe resista
Depois há sempre um quê
Que nem eu sei bem dizer
É um mal que desaponta
Nunca mais vou aprender
Apesar da minha conta

Tu dizes que o amor
É como abrir gavetas
Ver tudo o que há lá dentro
Quebrar o brilho à montra
Até cortar a mão
E gostar do que se encontra
Em cada vidro do chão

Apaguem essa luz, apaguem essa luz falsa"

(Carlos Tê)
Foto de Ana Matias aqui

Ora aí está!

A questão de fundo.

"O que sabemos nós do Estado?

As declarações de IRS têm novas regras e a partir de agora temos de declarar tudo o que comprarmos ao longo do ano. O Estado fica a saber cada vez mais sobre nós. O problema é que nós não sabemos o que o Estado faz com o nosso dinheiro. Não se trata apenas de saber o que faz com cada parcela do dinheiro dos impostos, mas sim coisas pequenas.

Por exemplo, por que razão foi escolhida determinada mobília para um ministério ou por que foi comprado um novo carro topo de gama para uma secretaria de Estado ou mesmo por que é que no centro de Lisboa há um palacete que alberga um instituto que ninguém sabe para o que serve. Este problema de desigualdade entre o cidadão e o Estado é o que choca numa sociedade organizada que se pretende igual e justa."

Nuno Rogeiro In Metro de 3 de Fevereiro de 2006



Ó Ooooooooolga!!!

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"Há duas maneiras de procurar:
uma é andar às voltas a tentar encontrar o que se perdeu;
a outra é ficar no mesmo lugar à espera que o que se perdeu nos encontre."
(adaptação livre de frase da peça)


Um texto sensível de José Luis Peixoto fabulosamente encenado por Miguel Seabra e Natália Luíza e interpretado irrepreensivelmente pelos actores Carla Galvão, Carla Maciel, Paula Diogo, Pedro Diogo e Romeu Costa.
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Porque a velhice, a solidão e o esquecimento não atenuam a necessidade do afecto... de "bocanços" que significam muito mais do que um simples toque! Para eles. Que somos nós. "que a gente tem-se uns aos outros e mais nada..."

Mais um excelente trabalho assinado pelo Teatro Meridional, a NÃO PERDER!!!

Até 5 de Fevereiro no Teatro São Luiz em Lisboa.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Queres tu ver?

Que este gajo meteu a pata na poça a sério...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Este seu olhar...

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"Este seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu não posso acreditar

Doce é sonhar

É pensar que você

Gosta de mim

Como eu de você!

Mas a ilusão

Quando se desfaz

Dói no coração

De quem sonhou

Sonhou demais
Ah!, se eu pudesse entender
O que dizem os teus olhos..."


(Tom Jobim)

foto de Marcelo Borges, aqui

O homem que não vai a lado nenhum?

Porque é que nos últimos tempos este moço me faz sempre lembrar aquele magnífico sketch do Gato Fedorento O Homem que não vai a lado nenhum na poesia?

http://star.sapo.pt/celebridade/928

Seria o quê?!

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Segundo o desafio colocado pelo pedro a. aqui...

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... Você gosta de se divertir e de conviver, mas mantendo sempre uma pose cool. Apesar de à primeira vista não parecer, é um romântico incurável e deixa-se levar pelas suas emoções mais do que pelo seu lado racional.